Siddartha Gautama, o Buda, foi um príncipe. Festejado pelos seus pais, durante muito tempo viveu num "paraíso" terrestre. Era protegido de tudo, inclusive, do conhecimento do sofrimento alheio. Num dado momento, o príncipe sai do castelo onde vivia e conheceu a pobreza, a doença, a velhice e outras formas de deterioração humana.
Largou toda a riqueza e buscou o conhecimento. A doutrina de Buda é magnífica. O desapego ao supérfluo e ao carnal, e a conquista da sabedoria e da iluminação são as suas metas.
Algumas pitadas da Doutrina de Buda (Martin Claret, 2004, p. 43-44):
"Onde, estão, está a fonte de toda a tristeza, da lamentação, do sofrimento e da agonia? Não deve ela ser encontrada na ignorância e na obstinação?
Os homens se apegam obstinadamente à vida de riqueza e fama, de conforto e prazer, de excitamento e egoísmo, sem saber que estes desejos são a fonte do sofrimento humano.
Desde seu princípio, o mundo tem tido uma série de calamidades, além das inevitáveis doença, velhice e morte.
Se, porém, se fizer um acurado estudo de todos os fatos, verificar-se-á que, na base de todo o sofrimento, reside o desejo ardente. Assim disso se pode inferir que, se a cobiça puder ser removida, o sofrimento humano terminará.
A cobiça é o fruto da necessidade e das faltas interpretações que povoam a mente humana.
Estas ignorâncias e falsas interpretações surgem do fato de que os homens estão inconscientes da verdadeira razão do suceder das coisas.
Da ignorância e das falsas interpretações brotam os desejos impuros pelas coisas que, realmenet, são inalcançáveis, mas pelas quais os homens, incansáveis e cegamente, procuram.
Por causa da ignorância e das falsas interpretações, os homens criam discriminações, onde, na realidade, não as há. Inerentemente, não existe discriminação entre o certo e o errado no comportamento humano; mas os homens, por causa da sua ignorância, imaginam tais distinções, julgando-as como certas ou erradas.
Levados por sua ignorância, os homens estão sempre formulando pensamentos errados, estão sempre emitindo falsa opiniões e, apegando-se ao seu ego, agem erradamente. Consequentemente, eles se estranham cada vez mais no altar de delusões.
Fazendo de seus atos o campo de satisfação do ego, nutrindo a mente de discriminações, anuviando-se com a necessidade, fertilizando-a com a chuva dos desejos ardentes, irrigando-a com a obstinação do ego, os homens lhes acrescentam o conceito do mal, e com isso carregam consigo mais esse fardo de ilusão."
Bem atual e bem "filosófico" isso, ein?
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