Para o sociólogo alemão Max Weber
(1864-1920), a ação humana só é social quando, por causa do significado dado
pelo sujeito (subjetivo) , leva-se em consideração o comportamento do outro.
Daí, ocorrem influências recíprocas, ensina Celso Castro (p. 67) “A ação humana
é fenômeno que apela para mecanismos psíquicos e para componentes sociais pois
é a conduta a que o agente atribui um significado.”
O caráter social da ação ocorre por referência
ou por significação. Por referência, as pessoas tomam como padrão a presença e
a existência de outras pessoas. Já por significação, as pessoas, pelas suas
ações próprias, demonstram que compreenderam as expectativas dos outros e
resolvem aceitar, ou não.
De acordo com a sociologia de Weber
(CASTRO, p. 67-68), há quatro ações sociais: “ação racional por valor, ação
racional por fim, ação tradicional e ação afetiva.” “Enquanto valor e fim
polarizam as ações racionais, tradição e sentimento caracterizam as ações
irracionais. Atingimos a compreensão das ações racionais intelectualmente, as
irracionais, por empatia.”
No livro “A ética protestante e o espírito
do capitalismo”, Max Weber (CASTRO, p. 68) desenvolveu dois tipos, um econômico
(capitalismo) e um religioso (protestantismo), para explicar a realidade. Nas
relações entre capitalismo e protestantismo, Weber destacou quatro pontos: a-)
riqueza – é moralmente permitida e recomendável, querer ser pobre é reprovável
pois Deus glorifica o trabalho; b-) lucro – oportunidade de lucro é disposição
divina, que deve ser aproveitado; c-) trabalho – previne contra todas as
tentações, identificando a própria finalidade da vida, a falta de vontade de
trabalhar é ausência do estado de Graça; d-) ascetismo e racionalização – o puritanismo
protestante se baseou na organização racional do trabalho e do capital, tal
como na ética judaica, quanto mais propriedades, maior a responsabilidade de
conservá-las ou aumentá-las pelo trabalho duro para a Glória de Deus.
Informa Castro (p. 69) que, nisso,
surge o ascetismo secular protestante: “1-) considerava a perda de tempo como o
primeiro e principal de todos os pecados; 2-)- condenava o uso irracional da
riqueza; 3-) liberava a aquisição de bens e o desejo de lucro; 4-) levava à
conduta racional baseada na idéia de vocação.”
Weber explica que, para o
calvinismo, a divindade permite a pobreza para as pessoas que não teriam
aptidão para resistir às tentações proporcionadas pela riqueza. Assim, a
pobreza seria instrumento de garantir a obediência a Deus. Em termos práticos,
deu origem às teorias da produtividade pelo baixo salário. “O ascetismo
transferido para a vida profissional contribuiu para a formação da ordem
econômica moderna e da técnica ligada à produção em série”, finaliza Celso
Castro (p. 69)
CASTRO,
Celso Antônio Pinheiro de. Sociologia
Aplicada à Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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