O pensador alemão Karl Marx
(1818-1883) alicerçou a sua teoria nas relações de produção que, por sua vez,
seriam compostas por uma mútua implicação entre valor, configuração social e
conteúdo, ensina Celso Castro (p. 65). A quantidade de tempo empregada na
fabricação de um produto final determina o seu valor, ou seja, todo o tempo
acumulado durante todo o processo produtivo.
Para explicar as mudanças na sociedade, emprega o “materialismo
dialético”. A sociedade possui uma infra-estrutura (economia e política, ou as
forças econômicas) que determina a superestrutura (as idéias, costumes,
instituições, religião, cultura, Direito).
Trata-se de uma relação necessária e determinante, ou
seja, a infra-estrutura do capitalismo tem base na propriedade privada dos
meios de produção (empresas, indústrias, dentre outras) e na concentração de
renda, o que, de certa maneira, determina como devem ser as idéias, costumes,
instituições, religião, cultura e Direito, ou seja, a superestrutura. “A
alienação é o reflexo do estado social do momento. Projetam-se na mente as
relações materiais entre dominadores e dominados. As forças materiais explicam
o modo de pensar tanto de uns quanto de outros”, escreve Celso Castro (p.
66-67)
Para interromper esse ciclo de concentração de renda
(ricos cada vez mais ricos e pobres, mais pobres), Marx propõe acabar com o
capitalismo. Para tanto, propõe um modo de produção chamado socialismo, no
qual, em vez da propriedade privada dos meios de produção e da concentração de
renda passaria a ser do Estado. Então, os meios de produção seriam propriedade
do Estado, ou seja, estatais, de modo que se alterasse a superestrutura, de
modo que as pessoas se acostumassem com o interesse coletivo.
A última etapa, segundo Marx, seria o comunismo, um modo
de produção em que a propriedade dos meios de produção seriam coletivos, pois deixariam
de ser estatais, visto que não mais existiria Estado, sem classes sociais e a
superestrutura estaria liberta da mentalidade da sociedade de consumo que
privilegia a propriedade privada e a concentração de renda.
Com relação à história, seus alicerces estão nas forças
produtivas, que derivam de uma atividade anterior, e não dos próprios homens. “A
geração presente encontra forças produtivas da geração anterior. Servem elas de
base para a nova produção”, comenta Celso Castro (p. 65).
Seguindo a estrutura do também filósofo Georg Wilhelm
Hegel, Marx elabora o “materialismo histórico”, no qual explica a história como
uma luta de classes. “A história humana é a história da luta de classes. No ‘Manifesto
Comunista’, Marx e Engels identificam duas classes conflitantes: burguesia e
proletariado. O desenvolvimento da produção é responsável pela luta de classes.
Esta leva inexoravelmente à ditadura do proletariado (socialismo), transição
para a sociedade sem classes (comunismo)”, narra Celso Castro (p. 67)
Atualmente,
principalmente, com a Escola de Frankfurt, a luta de classes foi substituída
pela idéia de consenso.
CASTRO, Celso. Antônio
Pinheiro de. Sociologia Aplicada à
Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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