sábado, 14 de março de 2015

Prelúdio a Karl Marx






                O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) alicerçou a sua teoria nas relações de produção que, por sua vez, seriam compostas por uma mútua implicação entre valor, configuração social e conteúdo, ensina Celso Castro (p. 65). A quantidade de tempo empregada na fabricação de um produto final determina o seu valor, ou seja, todo o tempo acumulado durante todo o processo produtivo.
            Para explicar as mudanças na sociedade, emprega o “materialismo dialético”. A sociedade possui uma infra-estrutura (economia e política, ou as forças econômicas) que determina a superestrutura (as idéias, costumes, instituições, religião, cultura, Direito).
            Trata-se de uma relação necessária e determinante, ou seja, a infra-estrutura do capitalismo tem base na propriedade privada dos meios de produção (empresas, indústrias, dentre outras) e na concentração de renda, o que, de certa maneira, determina como devem ser as idéias, costumes, instituições, religião, cultura e Direito, ou seja, a superestrutura. “A alienação é o reflexo do estado social do momento. Projetam-se na mente as relações materiais entre dominadores e dominados. As forças materiais explicam o modo de pensar tanto de uns quanto de outros”, escreve Celso Castro (p. 66-67)
            Para interromper esse ciclo de concentração de renda (ricos cada vez mais ricos e pobres, mais pobres), Marx propõe acabar com o capitalismo. Para tanto, propõe um modo de produção chamado socialismo, no qual, em vez da propriedade privada dos meios de produção e da concentração de renda passaria a ser do Estado. Então, os meios de produção seriam propriedade do Estado, ou seja, estatais, de modo que se alterasse a superestrutura, de modo que as pessoas se acostumassem com o interesse coletivo.




            A última etapa, segundo Marx, seria o comunismo, um modo de produção em que a propriedade dos meios de produção seriam coletivos, pois deixariam de ser estatais, visto que não mais existiria Estado, sem classes sociais e a superestrutura estaria liberta da mentalidade da sociedade de consumo que privilegia a propriedade privada e a concentração de renda.
            Com relação à história, seus alicerces estão nas forças produtivas, que derivam de uma atividade anterior, e não dos próprios homens. “A geração presente encontra forças produtivas da geração anterior. Servem elas de base para a nova produção”, comenta Celso Castro (p. 65).
            Seguindo a estrutura do também filósofo Georg Wilhelm Hegel, Marx elabora o “materialismo histórico”, no qual explica a história como uma luta de classes. “A história humana é a história da luta de classes. No ‘Manifesto Comunista’, Marx e Engels identificam duas classes conflitantes: burguesia e proletariado. O desenvolvimento da produção é responsável pela luta de classes. Esta leva inexoravelmente à ditadura do proletariado (socialismo), transição para a sociedade sem classes (comunismo)”, narra Celso Castro (p. 67)
Atualmente, principalmente, com a Escola de Frankfurt, a luta de classes foi substituída pela idéia de consenso.


CASTRO, Celso. Antônio Pinheiro de. Sociologia Aplicada à Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

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