A
respeito das primeiras atividades econômicas do ser humano, há concordância de
que houve duas fases, uma primeira marcada pelo nomadismo (caça e coleta) e
outra pelo sedentarismo (produção). Aliás, com o sedentarismo, começam as grandes
civilizações da antiguidade como China, Egito, Mesopotâmia, Índia, Grécia,
Arábia e Roma.
Durante
o período nômade, caracterizado pela economia coletivista, o trabalho e o
produto tinham caráter comunitário, explica Celso Antônio Pinheiro de Castro,
em Sociologia Aplicada à Administração (p. 26).
O
antropólogo polonês Bronislaw K. Malinovski analisou os trobriandeses, um povo
da Nova Guiné, nos quais se tenta reconstruir a atividade econômica
característica do nomadismo. Malinovski, assevera Castro, constatou a importância
do parentesco e da chefia.
Os
trobriandeses trabalhavam comunitariamente, com cooperação obrigatória dos
parentes. Os que conheciam a tarefa produtiva eram os “chefes”, já os auxiliares,
aprendizes. O ritual religioso também estava presente durante o trabalho,
servindo como motivação.
Para
os trobriandeses, conta Castro, havia três tipos de trocas: a-) entre pais e
filhos, marido e mulher (sem retribuição); b-) mediante pagamento (retribuição
de bens econômicos); c-) troca por privilégios ou títulos (retribuição de bens
não econômicos).
Com a sedentarização, a economia de produção
propicia o surgimento de classes sociais, havendo profundas mudanças
operacionais e estruturais. O trabalhador deve produzir para suprir não só as suas
necessidades, mas também às necessidades do proprietário.
O
trabalho outrora cooperativo passa a ser competitivo. Com a primeira revolução
industrial, houve a introdução da máquina, que substituiu a força física,
dividindo as divisões operacionais do trabalho.
A
partir de 1870, começou a surgir uma estrutura de controle que separava
operários dos proprietários, instaurando-se uma divisão entre planejamento,
controle, gerência e execução, narra Castro.
Porém,
já no século XX, a partir de 1970, as inovações científicas principalmente na
eletrônica e tecnologias de comunicação fez com que as máquinas (computadores)
substituíssem, inclusive, a força mental.
Porém,
o que é o trabalho? “O trabalho é uma ação cujo resultado se incorpora ao
objeto. No entanto, ressalte-se que até as tarefas simples, mecânicas e
repetitivas são produtos de inteligência”, ensina Castro. “A inteligência é o
que distingue o homem dos animais, o trabalho humano dos atos instintivos dos
animais. O trabalho humano retrata, incorpora, manifesta a racionalidade
humana.”
O
conceito de trabalho e o trabalho em si foram influenciados pelo capitalismo. A
revolução industrial do século XVIII, na Inglaterra, deu origem à sociedade do
trabalho.
Em
termos de economia moderna e contemporânea, trabalho é apenas um dos fatores da
produção, cujos demais são natureza, capital, empresa e técnica.
Posteriormente,
com as influencias tayloristas, distinguiu-se o trabalho em duas vertentes: “o
mental, dos administradores e, num plano inferior, segundo Taylor, o manual,
dos operários, restrito ao cumprimento das ordens”. Assim, a ciência e a
tecnologia tornam-se a principal força produtiva, em vez do trabalho, explica
Castro.
Esquematiza
Castro (p. 64): “O trabalho braçal manifesta-se em movimentos exteriores, como,
por exemplo, operação de máquinas, manuseio de instrumentos. O trabalho
intelectual manifesta-se no produto, como, por exemplo, programa, projeto, obra
literária.”
Devido
aos avanços tecnológicos, não basta só a competência, mas também a comprovação escolar
dela, lembra Castro (p. 65).
Leia mais:
CASTRO, Celso Antônio Pinheiro
de. Sociologia Aplicada à Administração.
2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário