Desatento de tudo, a atenção é preciosa como um das coisas mais ricas do mundo.
Ei tu? Onde está o meu amor que me roubaste e vendeste para outrem?
Não tens vergonha, moça? Isso não se faz, nem para um padre, nem para um rapaz!
Sentas sempre ao meu lado e aí, vêm a formigar as pernas e os braços, os lábios mordiscam silenciosos um rabisco de um beijo, complementado por um abraço.
Porém, o sujeito ao meu lado diz asneiras que me deixam desconcertado.
Onde já se viu falar tanta baixaria perto da minha donzela?
Que coisa, que infâmia, que falta de senso na cabeça oca desta ariranha!
Não mais permitirei esta ofensa, pois minha dama, ao meu lado, não merece ouvir tanta desconsideração. Mundo moderno, costumes pervertidos!
O que me diriam, então, deste voyeur intrometido?
Sai daqui, seu sacripanta, vai logo, antes que meu amor me espanta!
E tu, que me apoderaste por completo, onde está a tua deixa?
Fazes isto tudo por esporte ou tenho chance de me dar bem, sem nenhuma queixa?
Teu olhar, vago e morno, como as noites de primavera em seu contorno, que pelo simples exalar do orvalho me deixariam de todo extasiado.
Queria apenas que me desses uma resposta, bem certeira, bem criteriosa.
Que tipo de coisa é essa que a gente sente, do interior para o exterior, que faz a gente dar risada por qualquer coisa ou, ainda, sofrer com indiferença?
Este é um tipo de doença da qual não gostaria nunca de ser salvo.
Pois se o meu olhar de peixe morto, meu queixo caído, o tremor repentino do meu corpo confirmam o que vem de dentro, o diagnóstico é simples, puro e fidedigno, não se trata de cólera, malária ou febre morbo. É paixão aguda, com amor crônico, então, está na hora de arranjar o remédio, mais que depressa, já que a vida prega peças.
Os doutores, diplomados com roupa branca e tudo, dizem um monte de coisas, mas sei que para me curar, preciso de coisas simples: um beijo, um abraço e um calor.
Estas três coisas se resumem numa outra ainda mais feliz, o teu amor.
Enquanto estiver longe de ti e da tua chama, ficarei doente, fadado a esmorecer, como um moribundo, cruzando as terras deste e do outro mundo.
Por isso, peço a ti tua presença, mais que tua bênção, para que possamos aplacar juntos esta doença, da qual, se eu for feliz, padeces dos mesmos sintomas.
E quando nos beijarmos a cura virá repentinamente, mas nossa saúde ficará viciada no puro e imaculado que é o nosso amor! Este é o nosso remédio de alguém, que cura, sem enjoar, graças a Deus, amém!
Ei tu? Onde está o meu amor que me roubaste e vendeste para outrem?
Não tens vergonha, moça? Isso não se faz, nem para um padre, nem para um rapaz!
Sentas sempre ao meu lado e aí, vêm a formigar as pernas e os braços, os lábios mordiscam silenciosos um rabisco de um beijo, complementado por um abraço.
Porém, o sujeito ao meu lado diz asneiras que me deixam desconcertado.
Onde já se viu falar tanta baixaria perto da minha donzela?
Que coisa, que infâmia, que falta de senso na cabeça oca desta ariranha!
Não mais permitirei esta ofensa, pois minha dama, ao meu lado, não merece ouvir tanta desconsideração. Mundo moderno, costumes pervertidos!
O que me diriam, então, deste voyeur intrometido?
Sai daqui, seu sacripanta, vai logo, antes que meu amor me espanta!
E tu, que me apoderaste por completo, onde está a tua deixa?
Fazes isto tudo por esporte ou tenho chance de me dar bem, sem nenhuma queixa?
Teu olhar, vago e morno, como as noites de primavera em seu contorno, que pelo simples exalar do orvalho me deixariam de todo extasiado.
Queria apenas que me desses uma resposta, bem certeira, bem criteriosa.
Que tipo de coisa é essa que a gente sente, do interior para o exterior, que faz a gente dar risada por qualquer coisa ou, ainda, sofrer com indiferença?
Este é um tipo de doença da qual não gostaria nunca de ser salvo.
Pois se o meu olhar de peixe morto, meu queixo caído, o tremor repentino do meu corpo confirmam o que vem de dentro, o diagnóstico é simples, puro e fidedigno, não se trata de cólera, malária ou febre morbo. É paixão aguda, com amor crônico, então, está na hora de arranjar o remédio, mais que depressa, já que a vida prega peças.
Os doutores, diplomados com roupa branca e tudo, dizem um monte de coisas, mas sei que para me curar, preciso de coisas simples: um beijo, um abraço e um calor.
Estas três coisas se resumem numa outra ainda mais feliz, o teu amor.
Enquanto estiver longe de ti e da tua chama, ficarei doente, fadado a esmorecer, como um moribundo, cruzando as terras deste e do outro mundo.
Por isso, peço a ti tua presença, mais que tua bênção, para que possamos aplacar juntos esta doença, da qual, se eu for feliz, padeces dos mesmos sintomas.
E quando nos beijarmos a cura virá repentinamente, mas nossa saúde ficará viciada no puro e imaculado que é o nosso amor! Este é o nosso remédio de alguém, que cura, sem enjoar, graças a Deus, amém!
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